sábado, 25 de janeiro de 2014

A Praxe...


Todos os dias tenho por hábito abrir a minha conta no Facebook e também o portal Sapo para ver quais as últimas do País e do Mundo e, todos os dias, encontro notícias sobre os jovens que estavam no Mecoem Dezembro e, infelizmente, perderam a vida.
É normal existir tanto alarido, as famílias estão a sofrer e querem respostas, desesperadamente. Sinceramente não sei o que faria se um dos meus familiares ou amigos morresse devido, ou em circunstâncias de praxe. Mas afinal o que é a praxe? Já nem eu sei responder a essa pergunta.
Eu faço parte de uma universidade, de um curso, fui besta, caloira, trajei e "praxo". Se bem que, o minha ideia de praxe não é mesma que a maior parte dos meus conhecidos. Não acho piada nenhuma a pôr os miúdos a fazer um esforço brutal, a levá-los ao extremo físico e psicológico, ao ponto de chorarem e de não quererem voltar mais.
A praxe não deveria ser integração? Amizade? Respeito? Destas pouco resta, vejo mais lutas incessantes de egos que vão para além do razoável. Por vezes parecem galos a lutar pelo lugar mais alto da capoeira. Mas para quê?! Não é muito mais divertido pôr caloiros a cantar, a fazerem jogos com os quais saiam dali a SORRIR e não a chorar?
Eu era maluca pela praxe, adorava. Estava sempre à espera do dia para vestir a minha t-shirt de caloiro, mas neste últimos dois anos como trajada já me sinto mal com muitas das coisas que se passam. Então estes últimos meses têm sido uma revelação!
Pode ser uma bonita tradição, mas já se misturam outros conceitos muito mais violentos que não deveriam fazer parte do conceito de "praxe". Para mim, somos todos iguais e trato os meus caloiros com respeito e acima de tudo responsabilidade, porque a partir do momento em que a praxe começa somos responsáveis por aquelas 50 pessoas que estão ali à nossa frente.
Uns chamam-me "branda", mas faz parte do meu carácter, da minha personalidade e nunca na vida vou mudar por tradição alguma.
O traje continua a ser motivo de orgulho para mim, porque sei que o mereci e nunca me desrespeitei para o ter. Mas a parte mais importante assenta no facto de, quem me praxou, ter a decência e a cabeça de nunca me ter mandado fazer algo que me desencadeasse de imediato as palavras "não vou fazer".

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